Lucas Romero a caminho do Rojo?

Informações do jornalista argentino Gastón Edul dão conta de que o Independiente ofereceu US$ 2,5 milhões mais o perdão da dívida da negociação de Matías Pisano pelos 50% de Lucas Romero que pertencem ao Cruzeiro. De acordo com o jornalista, o Rojo irá negociar a parte com o Vélez os outros 50%.

O SuperesportesMG reporta que o Cruzeiro já havia recusado proposta de valores superiores a estes (US$ 3,5 milhões + dívida) e que o novo empresário do jogador reclama de uma pedida “fora do normal” do clube celeste.

Já o jornalista Guilherme Piu também noticiou que o antigo empresário do jogador, Alberto Stagliano, diz que o novo agente tem feito lavagem cerebral no atleta e que o técnico do Independiente Sebastián Beccacece prometeu levar o jogador à Seleção Argentina

Gonzalo Martínez de saída da MLS?

Frank De Boer disparou contra Pity Martínez: “Um perigo para o próprio time”. Meia argentino ainda não se adaptou ao esquema de jogo no Atlanta United e deve estar de saída do clube norte-americano. Eugênio Leal, comentarista dos canais Fox Sports, diz que o Atlanta está disposto a emprestá-lo.

Segundo informações do canal argentino TyC Sports, a volta de Pity Martínez para a Argentina é improvável. Isso porque entre o que se pede pelo empréstimo (cerca de US$ 1 milhão) e o pagamento dos salários integralmente (próximo de US$ 200 mil/mês) coloca o jogador em patamares muito altos.

Com essa notícia se descarta uma volta ao River Plate e o jogador já deixou claro que não vestirá outra camisa no seu país de origem. Entre as possibilidades o futebol mexicano, europeu e brasileiro são os destinos mais prováveis para o jogador.

CONMEBOL divulga formato da Copa América 2020

Nem encerramos a Copa América 2019 e a Conmebol anunciou oficialmente nesta segunda-feira (1) as sedes da abertura e da final da edição de 2020.

A partida de abertura da competição será realizada na Argentina, no dia 12 de junho de 2020, enquanto a final será disputada na Colômbia. A confederação anunciará as datas completas dos jogos mais adiante.

Será a primeira vez na história que a Copa América contará com sede dupla, e o objetivo da ação, segundo a Conmebol, é de “aproximar o futebol sul-americano de todos os torcedores do continente”. Cada país sediará partidas da fase de grupos, seja da chamada Zona Norte ou da Zona Sul, assim como duas partidas das quartas de final e uma das semifinais.

Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e um dos países convidados estarão na Zona Norte, enquanto a Zona Sul será composta por Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia e o outro convidado. Os dois países de fora do continente serão Austrália e Catar, campeões das duas últimas edições da Copa da Ásia.

Com esta divisão, a Conmebol permite que cada país dispute pelo menos 5 das 6 partidas da fase de grupos no país-sede mais próximo. Os dois asiáticos passarão por sorteio para saber em que lado ficarão. Cada grupo vai classificar 4 seleções para as quartas de final.

O mata-mata é uma caixinha de surpresas

A Libertadores chega a sua fase de mata-mata. O supra-sumo dos saudosistas, os jogos em ida e volta, com o fator casa como decisivo. A edição 2019 da principal competição de clubes das Américas tem um gostinho de rivalidade histórica. Brasil e Argentina ocupam 10 das 16 vagas para as oitavas-de-final, sendo 3 confrontos entre clubes dos dois países. Quase uma Copa Roca de clubes.

A Copa Roca, ou Superclássico das Américas como chamada a versão atualizada, é uma competição de futebol instituída em 1913 – mas disputada pela primeira vez em 1914 – pelo presidente argentino Julio Argentino Roca. É disputada entre as seleções nacionais de Brasil e Argentina. Interrompida desde 1976, o torneio voltou a ser disputado em 2011, após acordo entre a CBF e a AFA, com jogos de ida e volta na Argentina e no Brasil. Mas voltemos ao que realmente interessa.

Dezesseis clubes restaram na Copa Libertadores da América, sendo seis brasileiros e quatro deles do mesmo lado da chave.

É provável e o favoritismo aponta que os clubes brasileiros ocupem todo um lado da chave, assegurando a presença de um deles na final. O Flamengo é claro favorito diante do Emelec, assim como o Palmeiras é bem melhor o Godoy Cruz. O Grêmio também tem time muito superior aos paraguaios do Libertad, ainda que tenha perdido para o rival em casa, na fase de grupos, e vencido fora. Neste último jogo, com time mais organizado, a imposição da equipe de Renato Gaúcho foi clara. Por fim, o Internacional é favorito diante do Nacional, que foi apenas o terceiro colocado no campeonato uruguaio.

Do outro lado da chave, Cruzeiro e River Plate fazem um duelo Brasil x Argentina de difícil prognóstico. Ambos são os gigantes que mais têm a lamentar o sorteio. Assim como pode reclamar da sorte o Athletico, que fez seu melhor jogo na fase de grupos diante do Boca Juniors, em casa. Mas perdeu fora, em jogo apertado. Tem condições de se impor, mas o retrospecto ruim fora de casa do Furacão pode pesar num mata-mata, principalmente se tratando de um jogo em La Bombonera.

Restam dois jogos, um deles entre LDU, do Equador, e Olimpia, do Paraguai, mesmo com 4 títulos em campo, sendo 3 do clube paraguaio, o confronto garante um “intruso” nas quartas. Mas há um outro jogo que tem boa chance de impedir que se repita o cenário do ano passado, em que sete dos oito classificados às quartas eram brasileiros ou argentinos. O San Lorenzo, que passou pela fase de grupos com dificuldade e futebol pobre, a ponto de demitir seu treinador, não é favorito diante do organizado e competitivo Cerro Porteño, do técnico espanhol Fernando Jubero. Mesmo assim, são grandes as chances de que ao menos seis brasileiros e argentinos cheguem às quartas.

O que espera o Flamengo não é tão simples de definir. O Emelec teve um início terrível na Libertadores, com empates diante do Deportivo Lara, na Venezuela, e um 0 a 0 em casa com o Huracán, que terminaria o grupo na lanterna. Depois, veio a derrota em casa para o Cruzeiro e outro empate com os venezuelanos. Ou seja, o time não venceu em seu estádio, que tem capacidade para 40 mil pessoas e não se revelou um alçapão. O resultado mais notável foi a vitória sobre o Cruzeiro, no Mineirão, na rodada final. Na ocasião, no entanto, Mano Menezes poupou jogadores.

A campanha atribulada gerou uma troca de treinador e o espanhol Ismael Rescalvo assumiu o time. No  entanto, o Emelec fez grande investimento em jogadores, especialmente para o setor ofensivo. Mas o time ainda não aconteceu. Agora, Rescalvo terá tempo para trabalhar. Bryan Angulo é um centroavante de boa imposição física e há boas opções ofensivas. Entre elas, está Cabezas, de passagem curta pelo Fluminense. Resta saber se Rescalvo dará forma ao time.

A Libertadores tem um aspecto traiçoeiro. Até os confrontos das oitavas de final, serão mais de dois meses, até os confrontos que acontecem no final de julho. Até lá, a janela de transferências internacionais abre e bastante coisa pode mudar. Os clubes argentinos entram em pré-temporada e podem chegar “frios” às oitavas. Entre a fase de grupos e o mata-mata há um longo caminho e com muitas surpresas. Aguardemos.

Duro golpe amarga estreia colombiana na Copa

José Pekerman está há 6 anos no comando da seleção colombiana e estrearia na Copa contra um Japão de técnico novo e pouco tempo de trabalho. Para a partida, Quintero no lugar de James Rodriguez, que não estava 100% em suas condições físicas e uma formação com Carlos Sánchez e Lerma no meio campo, amparando Izquierdo e Cuadrado nas pontas com Quintero centralizado e tendo Falcão Garcia de referência no ataque.

O cartão vermelho mostrado ao volante Sánchez
Carlos Sánchez recebe cartão vermelho. Foto: Jason Cairnduff / Reuters.

Eis que com 3 minutos de jogo, todo o planejamento para a partida vai por água abaixo. Carlos Sánchez impede o que poderia ser o primeiro gol japonês com o braço. Pênalti e expulsão do volante. Kagawa não desperdiça a cobrança, 1-0 Japão. Com a desvantagem numérica, Pekerman recua Quintero para jogar ao lado de Lerma, e passa a atuar com duas linhas de quatro e Falcão isolado na frente. A mudança surte efeito defensivo e a Colômbia consegue conter o Japão, mas não consegue atacar. Cuadrado é um dos que mais busca o jogo e tentar algo pelo lado direito, mas acaba sendo pouco efetivo.

 

Pekerman então faz uma mudança inesperada. Tira o participativo Cuadrado e coloca Wilmar Barrios. O volante do Boca Juniors passa a atuar com Lerma, liberando novamente Quintero para o setor criativo. A Colômbia equilibra a partida, mas segue sem levar muito perigo ao gol de Kawashima, até que numa cobrança de falta por debaixo da barreira, Quintero empata a partida, aos 38 minutos da primeira etapa. Kawashima ainda chega a fazer a defesa, mas a bola já havia ultrapassado a linha do gol.

A segunda etapa começa com bastante pressão japonesa e Ospina sendo obrigado a trabalhar bastante. Pekerman faz sua segunda mudança e manda James Rodríguez pra campo no lugar de Quintero. A troca não surte muito efeito, o Japão abusa da superioridade numérica e a Colômbia não consegue encaixar contra-ataques.

De tanto insistir, o gol do Japão sai através de um escanteio. Keisuke Honda levantou a bola na área e Osako subiu mais que a defesa colombiana para fazer o gol da vitória japonesa. Após o gol, a Colômbia ainda tentou reagir na base do abafa, mas a defesa japonesa conseguiu conter as investidas e sair com os 3 pontos.

A Colômbia agora encara a Polônia, que também perdeu na estreia, no domingo (24), às 15h, em Kazan. Um duelo de extrema importância, pois somente a vitória interessa, quem perder dá adeus à Copa do Mundo.

FICHA TÉCNICA:

Colômbia (4-2-3-1): Ospina; Arias, D. Sánchez, Murillo e Mojica; C. Sánchez e Lerma; Cuadrado (Barrios), Quintero (J. Rodríguez) e Izquierdo (Bacca); Falcão Garcia.

Japão (4-2-3-2): Kawashima; Sakai, Yoshida, Shoji e Nagatomo; Hasebe e Shibasaki (Yamaguchi); Haraguichi, Kagawa (Honda) e Iniu; Osako (Okazaki).

GOLS: (0-1) Kagawa, aos 6; (1-1) Quintero, aos 39; (1-2) Osako, aos 85.

A arte da estratégia de um veterano comandante

Maesto Tabárez é uma lenda. Indiscutivelmente um dos grandes nomes de toda a história do futebol sul-americano. Entretanto o seu processo de renovação da seleção uruguaia é pouco mais encarado como um discurso do que realmente uma prática.

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Maestro

A seleção charrua iniciou a partida com um meio campo que chamava atenção dos especialistas na imprensa. Nández posicionado pela direita, Vecino e Bentancur centralizados e De Arrascaeta ligado ao flanco esquerdo. A juventude de escalação foi logo destacada pelos narradores, por quem cobria a partida nas redes sociais e por quem ansiava em ver o Uruguai jogando com atletas mais técnicos nesse setor do que há quatro anos. Quais estragos poderiam ser feitos por Cavani e Suárez municiados por jogadores assim?

É preciso retirar o peso extra de uma estreia em campeonatos mundiais, é preciso retirar o peso extra da estreia de TODOS esses jogadores citados em campeonatos mundiais, mas é muito notório que a estratégia do grande comandante Tabárez continua a mesma desde o sucesso procedido em terras sul-africanas em 2010.

Em boa parte do jogo a ausência de ultrapassagens dos meias centralizados simplesmente neutralizava qualquer tipo de tentativa de ataque da equipe celeste. Enquanto Arrascaeta flutuava da meia esquerda para o centro, tentando carregar o time ofensivamente, Nández se colocava pregado à linha lateral, e mesmo a constante movimentação dos dois atacantes não provocava nenhuma infiltração dentro da área egípcia, excetuando uma de Godín já no final do primeiro tempo.

A solução então passou a ser ditada pelas constantes subidas do capitão, tentando surgir como elemento surpresa, ao mesmo tempo em que as bolas diretas dos zagueiros buscavam Cavani e Suárez, na expectativa da segunda bola cair em algum pé uruguaio que pudesse aproveitar os raros espaços criados.

As alterações? Bem, previsíveis desde o início da partida.

É possível recolher nas redes sociais comentários, de quem acompanha o futebol sul-americano, já antecipando que Cristian Rodríguez seria lançado na equipe. A pergunta, quase um bolão, era saber em qual tempo Cebolla entraria. Quanto a Carlos Sánchez, poucos ainda se atreviam imaginar Maestro tentando aproveitar Urretaviscaya em vez do veterano jogador do Monterrey.

O resultado final caminhava para um empate modorrento. Bem, caminhava porque a equipe celeste se utilizou de uma velha e bastante eficiente tática, a bola parada. Giménez em um cabeceio no último minuto decretou uma vitória que, se nem de perto brilhante, confirma a equipe como potencial classificada no Grupo A.

FICHA TÉCNICA:

Uruguai (4-4-2): Muslera; Varela, Godín, Giménez e Caceres; Nández, Vecino, Bentancur e De Arrascaeta; Suarez e Cavani

Egito (4-2-3-1): El Shenawy; Fathy, Gabr, Hegazi e Shafy; Elneny e Hamed; Warda, El Said e Trézéguet; Mohsen

GOL: (1-0) Giménez, aos 89.

Sem inspiração, Argentina não foi salva novamente por Messi e faz péssima estreia na Copa

Messi Perde Pênalti em Estreia Copa Rússia 16-06-2018
Desta vez Lionel Messi fracassou em salvar a pele de uma equipe que depende exageradamente dele (ALBERT GEA / REUTERS)

Com um sistema de jogo que não conseguiu funcionar, Jorge Sampaoli começa mal o principal torneio de seleções do planeta, apostando em nomes como Salvio na lateral direita, que não ofereceu melhorias ofensivas em relação a Mercado, fora os problemas de recomposição que já eram esperados de um jogador pouco afeito à marcação. Tagliafico do outro lado foi tímido. No meio campo, Mascherano demonstra não estar mais nos melhores dias da carreira, enquanto Biglia foi muito, muito mal. Um pouco por culpa do esquema 4-2-3-1 de Sampaoli que não conseguia fazer a bola circular com fluidez em volta de Messi. A entrada de Banega no 2º tempo consertou com muito atraso essa deficiência, enfiando a Islandia, já naturalmente dedicada a jogar sem bola e em blocos baixos, ainda mais no seu campo, dando o tom do jogo todo para a Argentina. Só aí Messi começou a ter mais espaço para tabelas e perigosas finalizações que exigiram muito trabalho de Halldórsson, o goleiro/cineasta escocês, que fez uma atuação realmente de cinema, frustrando o gênio argentino.

 

E por falar no gênio, Messi dessa vez não conseguiu levar a Argentina nas costas. Pior, ainda desperdiçou uma cobrança de pênalti que colocaria seu time outra vez à frente do placar. Completamente isolado do restante do colegas de equipe, procurava tabelas e infiltrações dos dois lados, algumas vezes tentou mesmo começar as tramas ofensivas recuando ainda mais no setor central. Não se omitiu apesar da falha na marca penal. Mas, seja no bloqueio tático da combativa (lealmente falando) Islândia de Heimir Hallgrímsson, seja pelas mãos do antológico Halldórsson, Messi falhou.

 

Há muito a se repensar no time de Sampaoli, e as substituições feitas no 2º tempo podem ser uma boa pauta. Não só Banega, como Pavón, que entrou no lugar do irreconhecível Di María, demonstraram um pouco mais de repertório ofensivo, cada qual em suas funções, e em uma outra situação semelhante nos dois jogos seguintes, devem receber um voto de confiança, senão se tornarem titulares. Nomes como Dybala e Lo Celso, de mais criatividade, sequer foram utilizados. Higuaín ainda entrou para tentar ser uma referência na área, mas a única coisa que conseguiu foi atrapalhar Agüero, autor do gol argentino e que a essa altura do jogo já não estava com o fôlego de antes.

 

Caballero foi muito criticado, mas deve seguir tendo a confiança do técnico. Tendo um Armani em excelente fase no banco, não acho que o setor sofrerá mudanças, mesmo que o veterano titular venha de péssimas atuações guardando a meta argentina.

 

No próximo jogo, contra a Croácia, um oponente mais “técnico” que a Islandia, a proposta de jogo de Sampaoli deverá ser diferente, mas o sinal de alerta já está ligado. Se não houver criatividade no meio-campo e o setor defensivo seguir sem se acertar, as chances de que aconteça um castigo pior do que um empate são bem maiores. Com Modric, Rakitic, Perisic e Mandzukic, a Croácia não será um time que jogará apenas por uma bola, como a Islândia, isso é quase que garantido. Os homens de gelo foram perfeitos em sua abordagem e saíram com um ponto gigante dentro de campo, mas a Croácia com certeza vai querer mais.

 

Será que a solução para estes problemas terá que ser Messi, e apenas Messi, novamente?

FICHA TÉCNICA:

 (4-2-3-1) Caballero; Salvio, Otamendi, Rojo e Tagliafico; Biglia e Mascherano; Meza, Messi e Di María; Agüero

 (4-4-1-1) Halldórsson; Saevarsson, Árnason, R. Sigurdsson e Magnússon; Gudmundsson, Gunnarsson, Halfredsson e Bjarnason; G. Sigurdsson; Finnbogason

GOLS: (1-0) Agüero, aos 19; (1-1) Finnbogason, aos 23.

A Copa do Mundo movimentando finanças pela América do Sul

A Copa do Mundo já começou. Durante um mês todos os apaixonados por futebol esquecem as outras competições, seus próprios times do coração, e abraçam o patriotismo para torcer pela seleção de seu país, ou até de outros países (aí vai de cada coração).

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O evento também é uma das atrações envolvendo futebol que mais movimentam dinheiro. A previsão de receitas da FIFA para o mundial de 2018 está na casa dos US$5 bilhões. Existe dentro de todo esse montante uma fatia que fará a alegria de algumas equipes pela América do Sul. É a taxa por participação de cada jogador, uma espécie pagamento pelo “empréstimo”, para os clubes que cederam atletas para as seleções nacionais.

O órgão máximo do futebol desbancará US$ 8.530 por dia de participação de cada atleta. Pode não parecer muito, quando pensamos em todos os grandes valores que envolvem o futebol, mas para as equipes sudacas que terão atletas no torneio o valor representa bastante. A contagem se dá desde o dia da apresentação à seleção, até um dia depois da eliminação da mesma no torneio. Isso representa, em média, 35 dias em que cada jogador ficará a cargo das equipes nacionais.

Desta maneira, a participação de um único jogador na Copa do Mundo rende ao clube próximo de US$ 300 mil. Foram 25 equipes no continente que tiveram atletas convocados. Boca Juniors, Independiente e River Plate com três cada um detém a liderança, seguido pelo Peñarol, Flamengo, Corinthians e Deportivo Cali com dois atletas.

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Valores que os clubes sul-americanos receberão da FIFA

Ainda que o Flamengo pague os salários de Guerrero e Trauco (uma soma estimada em R$ 1,4 milhões), terá como saldo positivo algo próximo a R$ 800 mil. No caso do Palmeiras, que tem Miguel Borja entre os convocados, se excluirmos o valor que o clube paga em salários o time receberá de lucro nesse mecanismo cerca de R$ 750 mil pela convocação.

Se os valores são interessantes, até mesmo para os dois clubes brasileiros com maior folha salarial, pense no impacto que provocam nos clubes de outros países. O Deportivo Cali com dois jogadores convocados para a Copa do Mundo receberá R$ 2,2 milhões. Isso bastará para pagar toda a folha salarial do clube por um mês, e ainda sobrará dinheiro. O Penãrol, clube com dois atletas na seleção uruguaia, praticamente pagará dois meses de salários com os valores que receberá.

 

Para estes gigantes sul-americanos é uma evidente recompensa por realizarem um trabalho árduo de revelação e manutenção desses nomes no futebol local. Para alguns clubes também fica a torcida por uma boa exibição de atletas formados, na expectativa de os verem movimentar o mercado da bola e receberem valores por meio do mecanismo de solidariedade.

Se o dinheiro da Copa vai em direção aos cofres da FIFA, os clubes daqui observam cada possibilidade de uma migalha que os ajude na manutenção do futebol.

A Libertadores promete e deve cumprir

Se o Planeta aguarda ansiosamente o início da Copa do Mundo, o sorteio da Libertadores deixou os amantes do futebol sul-americano em êxtase. Dentre os clubes classificados para as oitavas de final estão 35 títulos da maior competição futebolística da América do Sul. Dos 16 clubes que compõe a segunda fase, apenas três não venceram o torneio: Atlético Tucumán (Argentina), Libertad (Paraguai) e Cerro Porteño (Paraguai).

Boca e River só podem se encontrar se ambos chegaram na decisão. Há possibilidade ocorrer um Racing x Independiente e Palmeiras x Corinthians nas quartas de final. Santos e Grêmio estão no mesmo lado do chaveamento e podem se encontrar na semifinal da competição.

São seis clubes argentinos (Boca, River, Racing, Independiente, Estudiantes e Tucumán), seis brasileiros (Palmeiras, Corinthians, Grêmio, Santos, Cruzeiro e Flamengo), dois paraguaios (Cerro Porteño e Libertad), um colombiano (Atlético Nacional) e um chileno (Colo-Colo).

As partidas serão disputadas após a Copa do Mundo da Rússia e estão previstas para o período entre os dias 7 e 29 de agosto. Os jogos das quartas de final acontecerão em setembro e as semifinais estão previstas para outubro . Os primeiros colocados dos grupos na primeira fase decidem as oitavas de final em casa. (Palmeiras, Grêmio, Libertad-PAR, River Plate-ARG, Cruzeiro, Corinthians, Atlético Nacional-COL e Santos).

Racing (Argentina) x River Plate (Argentina)

O sorteio da Libertadores começou com um clássico entre gigantes na Argentina. Racing e River se enfrentam por uma vaga nas quartas de final da competição. Quem vencer esse duelo, enfrentará o classificado entre Independiente x Santos. A maior curiosidade dos torcedores e fãs de futebol é saber como o Racing vai se portar sem o destaque na fase primária da Libertadores: Lautaro Martínez já foi para Internazionale (Itália). O River também deve perder uma peça nos próximos dias: Marcelo Saracchi, que desperta interesse do RB Leipzig (Alemanha)

O Racing ficou na segunda colocação do Grupo E (ou Grupo 5, como queira), atrás do Cruzeiro. A equipe brasileira teve o melhor ataque da competição com 15 gols. Na primeira fase, o time de Avellaneda superou o Vasco da Gama e a Universidad de Chile em seu grupo. A equipe do Monumental de Nuñez obteve a liderança de sua chave. Flamengo, Santa Fé e Emelec tiveram campanhas inferiores ao River.

PRIMEIRA FASE

Racing Club: 11 pontos em seis jogos. Três vitórias, dois empates e uma derrota.

River Plate: 12 pontos em seis jogos. Três vitórias e três empates.

Colo-Colo (Chile) x Corinthians

O reencontro de Jorge Valdívia com o seu rival nos tempos de Palmeiras. A equipe chilena não tem a melhor campanha no Campeonato Chileno (bem longe disso) e teve que brigar muito para avançar de fase na Libertadores. O Cacique, como é conhecido o Colo-Colo, é apenas o sexto colocado no campeonato nacional. Uma campanha aquém das expectativas e com estatísticas inferiores em comparação à alguns clubes de menor expressão no cenário sul-americano: como o Unión La Calera e o Universidad Concepción.

Na Libertadores, o time chileno superou Bolívar e Delfín. Classificou-se com a mesma pontuação do time boliviano (oito pontos) e com um ponto a mais em comparação aos equatorianos, lanterna do Grupo B/Grupo 2. De todo modo, o Colo-Colo não pode ser avaliado exclusivamente com informações negativas. Os corintianos devem se preocupar (e muito) com a parceria de Jorgito e Esteban Paredes. Mesmo com os seus 37 anos, Paredes tem 12 gols (em 15 jogos) no Campeonato Chileno. Assim como Valdívia não é mais um garoto, mas foi fundamental para a classificação chilena, principalmente no jogo contra o Delfín, no Equador.

O único confronto oficial entre Colo-Colo e Corinthians aconteceu na Copa Mercosul de 2001. Um empate sem gols no Brasil e vitória para o Timão, atuando no Monumental. Quem avançar no confronto entre brasileiros e chilenos, enfrentará o vencedor de Cerro Porteño e Palmeiras. Portanto, há possibilidade de clássico paulista nas quartas de final.

PRIMEIRA FASE

Colo-Colo: Oito pontos em seis jogos. Duas vitórias, dois empates e duas derrotas.

Corinthians: 10 pontos em seis jogos. Três vitórias, um empate e duas derrotas.

Flamengo x Cruzeiro

O duelo brasileiro das oitavas será a reedição da final da Copa do Brasil de 2017 e o jogo tem tudo para ser espetacular. Além dos incríveis estádios que vão receber as partidas – Maracanã e Mineirão -, os elencos apresentam uns dos melhores planteis na América do Sul. Deste modo, a qualidade dos embates entre cruzeirenses e flamenguistas deve ser exaltada. O Flamengo está invicto na Libertadores (duas vitórias e quatro empates), mas teve muitas dificuldades para se classificar na competição. Por outro lado, a equipe carioca vem ganhando moral com o desempenho no Brasileirão: a liderança isolada do torneio e o melhor ataque do campeonato nacional.

O Cruzeiro tropeçou no primeiro jogo da Libertadores contra o Racing, conseguiu a reabilitação nos embates seguintes e terminou a primeira fase na liderança do Grupo E/Grupo 5. O desempenho fora de casa foi fundamental para os cruzeirenses avançarem, a equipe mineira pontuou em dois dos três jogos longe de seus domínios. Além de compensar o empate com o Vasco, em Belo Horizonte, com a vitória elástica (0-4) em São Januário.

Os únicos jogos válidos entre os clubes por torneios internacionais foram pela semifinal da Supercopa dos Campeões da Libertadores, em 1995. O Flamengo avançou para a decisão após vencer os dois embates contra os mineiros. 1 a 0, no Mineirão, e 3 a 1, no Maracanã.

PRIMEIRA FASE

Flamengo: 10 pontos em seis jogos. Duas vitórias e quatro empates.

Cruzeiro: 11 pontos em seis jogos. Três vitórias, dois empates e uma derrota.

Estudiantes (Argentina) x Grêmio 

O Estudiantes conseguiu a classificação como um protagonista, pelo heroísmo do feito, mas como antagonista se considerarmos a hesitação durante a sua trajetória na primeira fase. De toda forma, o Pincha obteve o passaporte para as oitavas e enfrentará o Grêmio, atual campeão da Libertadores e invicto na edição de 2018. Segundo o Olé, o Grêmio tem superioridade em duelos contra a equipe de La Plata: são quatro vitórias gremistas, dois empates e duas derrotas. O último confronto dos times ocorreu na Supercopa de 1997.

O Estudiantes não ficou entre as melhores equipes da Superliga Argentina, mas o fantasma do “Deixou Chegar” pode entrar em cena com um duelo de tanta história na América do Sul. Somando as conquistas dos dois clubes, argentinos e brasileiros venceram sete títulos da Libertadores. O Grêmio venceu o Lanús (Argentina) em sua última conquista e o time de La Plata venceu o Cruzeiro, na última decisão, em 2009.

O Grêmio teve a segunda melhor campanha da primeira fase e teve a defesa menos vazada da competição com dois gols sofridos em seis jogos. Lembrando que a equipe brasileira está habituada ao confronto “Brasil x Argentina”. Além de enfrentar o Lanús na final da Libertadores 2017, o Grêmio enfrentou o Independiente na final da Recopa Sul-Americana. Portanto, as decisões contra argentinos não assustam o lado tricolor do Rio Grande do Sul.

PRIMEIRA FASE

Estudiantes: Oito pontos em seis jogos. Duas vitórias, dois empates e duas derrotas.

Grêmio: 14 pontos em seis jogos. Quatro vitórias e dois empates.

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O sorteio das oitavas de final da Copa Libertadores 2018. (Foto: Divulgação/Conmebol)

Atlético Tucumán (Argentina) x Atlético Nacional (Colômbia)

O duelo desigual entre Atléticos. O Tucumán conseguiu um feito inesquecível para história do clube, se classificando de forma inédita para a segunda fase da Libertadores e eliminando o gigante Peñarol da competição. Quis o destino (na verdade, o sorteio) que o adversário fosse o Atlético Nacional, equipe acostumada com grandes decisões e finalista do “Apertura” do Campeonato Colombiano. O segundo jogo será no Atanasio Girardot, portanto, o fator casa é fundamental para a equipe argentina obter voos mais altos na Libertadores.

O setor defensivo de Jorge Almirón é o trunfo do Nacional. No semestre, a equipe antioqueña não recebeu nenhum gol como mandante em jogos válidos pela Liga Aguila (Campeonato Colombiano). São 1.024 minutos sem sofrer tentos no Atanasio Girardot. Um recorde absoluto para o futebol colombiano. Na Libertadores, a equipe sofreu três gols na primeira fase, um gol a mais que a melhor defesa da competição: o setor defensivo do Grêmio.

O vencedor do duelo de Atléticos enfrentará o vencedor de Grêmio e Estudiantes. Vale ressaltar que no chaveamento de Tucumán, Nacional e Grêmio, nas oitavas de final, têm cinco equipes argentinas. Racing, River, Independiente, Estudiantes e o próprio Tucumán.

PRIMEIRA FASE

Tucumán: 10 pontos em seis jogos. Três vitórias, um empate e duas derrotas.

Nacional: 10 pontos em seis jogos. Três vitórias, um empate e uma derrota.

Boca Juniors (Argentina) x Libertad (Paraguai)

A pergunta é: Qual Libertad será o adversário do Boca nas oitavas de final? O time que foi irregular no “Apertura” do Campeonato Paraguaio ou a equipe regular na Libertadores? A partir desta resposta, o Boca deve ou não se amedrontar com o Gumarelo. Fato é que o time de Assunção foi o primeiro colocado em um grupo que muitos consideravam o Peñarol como favorito. 10 gols feitos e quatro sofridos pela equipe blanca y negra; destaque na primeira fase para Antonio Bareiro, Alan Benítez e Óscar “Tacuara” Cardozo.

Não há necessidade de apresentações ao Boca, quando falamos de Libertadores. O segundo maior vencedor do torneio conseguiu a classificação, mas foi ofuscado pelo Palmeiras (time com a melhor campanha da competição). O Boca utiliza-se do “fantasma do deixou chegar” para amedrontar os seus adversários na segunda fase e claro, de um plantel com valiosos futebolistas. Afinal de contas, há de se respeitar uma equipe bicampeã do Campeonato Argentino e hexacampeã da Libertadores – passado e presente vitorioso.

Boca e Libertad sabem que vão enfrentar um clube brasileiro nas quartas de final da competição. Flamengo e Cruzeiro estão no caminho de argentinos e paraguaios. Aos paraguaios, há possibilidade de um confronto entre Cerro Porteño e Libertad na semifinal da Libertadores. Improvável, mas há chances.

PRIMEIRA FASE

Boca Juniors: Nove pontos em seis jogos. Duas vitórias, três empates e uma derrota.

Libertad: 13 pontos em seis jogos. Quatro vitórias, um empate e uma derrota.

Cerro Porteño (Paraguai) x Palmeiras 

Duas certezas aos palmeirenses. A primeira é que a Taça Libertadores é obsessão e a segunda é a pressão que os palmeirenses vão receber no Paraguai. O Cerro Porteño é conhecido pelos torcedores fanáticos e pelo espetáculo nas tribunas de seu Estádio, localizado no Barrio Obrero. Os paraguaios ficaram atrás do Grêmio no Grupo A/Grupo 1, mas superaram Defensor Sporting (Uruguai) e Monagas (Venezuela). Sobre os duelos contra a equipe tricolor, o jogo no Paraguai foi muito equilibrado (0-0), enquanto no Rio Grande do Sul, os gaúchos foram muito superiores ao Ciclón. Muito mesmo. (5-0)

Por outro lado, a equipe palmeirense teve a melhor campanha da competição, o segundo melhor ataque e a segunda melhor defesa da primeira fase. O Palestra foi o único clube que venceu cinco vezes na primeira fase, incluindo o Boca Juniors, atuando em La Bombonera. Todos os fatores mencionados neste parágrafo são razões para o torcedor estar confiante. Bom, isso se os palmeirenses esquecerem a irregularidade no Campeonato Brasileiro.

Além do Boca, o Palmeiras deixou Alianza Lima e Junior Barranquilla pelo caminho. Caso consiga a classificação paras as quartas de final, os comandados de Roger Machado vão enfrentar o vencedor de Colo-Colo e Corinthians. O Palmeiras já sabe que terá velhos conhecidos se passar pelo Club del Pueblo: seu arquirrival ou Jorge Valdívia.

PRIMEIRA FASE

Cerro Porteño: 13 pontos em seis jogos. Quatro vitórias, um empate e uma derrota.

Palmeiras: 16 pontos em seis jogos. Cinco vitórias e um empate.

Independiente (Argentina) x Santos

O “Rojo” leva vantagem nos duelos contra o alvinegro praiano. Segundo o Olé, são cinco vitórias argentinas, dois empates e uma derrota para o Santos. A última partida foi em 1995, com classificação “hermana” em decisão de penalidades máximas, após 3 a 2 na Vila Belmiro. Jogo válido pelas oitavas de final da Supercopa da Libertadores. O Santos decidirá em casa contra o clube de Avellaneda, que ficou na segunda colocação no grupo do Corinthians. A primeira partida será no Estádio Libertadores de América.

Assim como Estudiantes e Grêmio, Independiente e Santos se trata de mais um duelo entre brasileiros e argentinos com um histórico glorioso na Taça Libertadores. Juntando as conquistas dos clubes, são 10 conquistas de Libertadores, quatro copas Intercontinentais e duas Recopas Sul-Americanas. Além dos estádios tradicionais no cenário futebolístico sul-americano: o Libertadores de América e a Vila Belmiro ou o Pacaembu, estádio onde o Santos venceu a última conquista de Libertadores.

O “Rojo” e o “Peixe” já conhecem o caminho para a glória da Libertadores. E o caminho se chama Argentina. Quem vencer o duelo das oitavas, enfrentará o vencedor do jogo entre Racing Club ou River Plate. Ou seja, há possibilidade de novo argentino no caminho santista ou de um novo clássico entre gigantes da grande Buenos Aires.

PRIMEIRA FASE

Independiente: 10 pontos em seis jogos. Três vitórias, um empate e duas derrotas.

Santos: 10 pontos em seis jogos. Três vitórias, um empate e duas derrotas.

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Imagem destacada: Reuters

O fardo de Leo

Os 23 atletas que defenderão a Argentina na Copa do Mundo na Rússia já foram divulgados por Jorge Sampaoli, e, sem nenhuma surpresa, ela é encabeçada por sua principal estrela, Lionel Messi. Com 30 anos, Messi chega à sua quarta Copa, 4 anos após ao doloroso vice-campeonato no Brasil. Juntamente com ele, este pode ser o último Mundial de uma geração de estrelas, que juntas não conseguiram trazer os títulos que o torcedor esperava. Aguero (29), Di Maria (30),  Mascherano (34) e Messi estiveram presentes na única conquista recente do time argentina, a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2008.

Messi atua pelo Barcelona desde 2004 e de lá pra cá, conquistou 32 títulos oficiais, além de 5 prêmios de melhor jogador do mundo. Não há dúvidas que ele é um dos melhores da história (Ps.: Este que vos escreve o considera o melhor), mas “La Pulga” sempre recebeu duras críticas com seu desempenho pela Albiceleste. Mas até que ponto, Messi é um dos culpados pelo insucesso da Argentina em Copas?

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Messi no banco durante a partida contra a Alemanha em 2006. Foto: Pateando Tachos

Foi convocado por José Pekerman para a Copa do Mundo da Alemanha com apenas 18 ano. Reserva durante toda a competição, atuou em 3 oportunidades, na vitória por 6-0 contra a Sérvia e Montenegro (anotou um gol), no empate em 0-0 contra a Holanda e na nas oitavas de final, quando a Argentina venceu o México por 2-1. Neste ano a Argentina foi eliminada nos pênaltis pela Alemanha e Pekerman foi questionado por não ter usado Messi, que já se destacava no cenário mundial, e ter optado por Julio Cruz para substituir Crespo quando o placar ainda estava 1 a 0 para os argentinos.

Após essa eliminação, Messi passou a ser titular da seleção comandada por Alfio “Coco” Basile, que durou apenas 1 ano no cargo, sendo demitido após perder a final da Copa América para o Brasil por 3-0. Para o ciclo de 2010, Diego Armando Maradona, maior ídolo do futebol argentino, era o treinador que, aos “trancos e barrancos”, classificou aquela seleção na última rodada. O time de Maradona era bastante desorganizado, e protagonizou um vexame na derrota para a Bolívia por 6 a 1 durante as eliminatórias e polêmicas, como a aposentadoria de Riquelme da seleção, por problemas pessoais com Diego. Na Copa do Mundo, Messi passou em branco em todas as cinco partidas disputadas e a Argentina foi goleada pela Alemanha nas quartas-de-final por 4 a 0.

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Maradona consola Messi após a goleada sofrida contra a Alemanha em 2010. Foto: Daniel Garcia/AFP

Veio então 2014, Messi, aos 26 anos, estava no auge do seu futebol e não só ele, mas também toda a sua geração estava consolidada no cenário mundial. E sob o comando Alejandro Sabella, a Argentina fez a melhor campanha das eliminatórias, com 9 vitórias, 5 empates e 2 derrotas. Na Copa, Messi fez o que se esperava dele, foi o líder que conduziu sua equipe até a final no Maracanã. Foram 4 gols e 2 assistências em 7 jogos, que lhe renderam o prêmio de melhor jogador da Copa, mas mesmo Messi acabou não sendo suficiente perante o imponente conjunto alemão, que dizimara os donos da casa num 7-1 nas semifinais.

Aos 30 anos, esta pode ser a última oportunidade de Messi conquistar uma Copa do Mundo. A Argentina chega para este Mundial cheia de questionamentos. Foram três treinadores durante as eliminatórias, Tata Martino, Edgardo Bauza e Jorge Sampaoli. A classificação veio apenas na última rodada, graças aos 3 gols marcados por Messi contra o Equador, em Quito. Hoje, a Argentina mostra mais do que nunca sua “Messidependência”. Nas eliminatórias, dos 18 jogos disputados, o argentino não atuou em 8 partidas, sendo 3 derrotas, 4 empates e apenas 1 vitória. Com ele em campo, 6 vitórias, 3 empates e 1 derrota.

A Argentina precisa de um Lionel Messi perfeito, goleador, decisivo. Mas, Messi precisa muito mais de seus companheiros. Precisa que eles lhe deem suporte, todo protagonista precisa de seus coadjuvantes, assim como Maradona teve em 86, quando encontrou Burruchaga, que marcou o gol que deu o segundo título aos hermanos.

A caminhada de Messi & Cia começa dia 16/06, às 10h, contra a Islândia. A Argentina está no Grupo D, junto de Islândia, Nigéria e Croácia.

Ninguém ganha uma Copa do Mundo sozinho, nem Messi, nem Cristiano, nem Neymar nem Maradona e nem Pelé. Messi não pode carregar este fardo sozinho. Se o título não vier, azar da Copa do Mundo.

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Messi olha a Taça da Copa do Mundo antes de receber a medalha de vice campeão. Foto: Bao Tailiang

A cancha, os hinchas e o futebol sul-americano